Historicizando as Verdades Curriculares em Tempos de Democracia: a alquimia dos conhecimentos geográficos e a fabricação de professores e estudantes no Brasil
Gabriel Pedro e Marcia Serra Ferreira
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Resumo
O texto objetivo investigar, em tempos democráticos no Brasil, o modo como as Ciências Sociais vieram participando dos processos de fabricação dos sujeitos escolares. No diálogo com Michel Foucault e alguns de seus interlocutores no campo do Currículo (Ian Hacking; Kathryn Kirchgasler; Thomas Popkewitz), produzimos uma análise comparativa e descontínua entre períodos históricos pautados por experiências institucionalmente democráticas no país: entre o fim do Estado Novo (1946) e o Golpe Militar (1964); a partir da Constituição de 1988. Analisando textos curriculares relativos aos Estudos Sociais e ao componente curricular Geografia na BNCC, interessa-nos perceber o modo como as verdades do ensino vieram se constituindo no país, com efeito no modo como viemos produzindo os conhecimentos e sujeitos da escolarização. A intenção é dar visibilidade a como certos princípios classificatórios, recontextualizados e reativados, operam linhas de diferenciação entre sujeitos escolares. Ao problematizar os processos discursivos que participaram ativamente da constituição de professores eficazes na formação de estudantes como cidadãos democráticos e cientificamente capazes, podemos contribuir para desestabilizar as verdades curriculares em tempos de democracia.
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