Para onde apontam as atuais Diretrizes Curriculares? Um olhar sobre as DCNs de engenharia
Kleiton Cassemiro e Ana Lúcia Sarmento Henrique
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Resumo
Estabelecer uma diretriz, seja para o traçado de uma estrada ou de um currículo, traz em si uma gama de intenções que refletem o poder de quem a projeta, fazendo emergir, assim, alguns questionamentos acerca dos caminhos e intenções dessa diretriz. Entre essas questões, uma nos guiará neste artigo: todos os currículos adotados por nossas instituições de ensino preparam o indivíduo para pensar soluções que auxiliem a sociedade ou existem alguns que estão mais alinhados aos interesses do mercado? A partir dessa questão, buscamos aqui algumas respostas e reflexões ao direcionarmos um outro olhar sobre as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de Engenharia (BRASIL, 2019b), de maneira a analisar e identificar quais foram as reais intenções que levaram a suas atualizações. Para atingir este objetivo, optamos por uma pesquisa qualitativa, inicialmente bibliográfica, debruçando-nos sobre as teorias do currículo (SILVA, 2010; KLIEBARD, 2011) e artigos que abordam essas DCNs, seguida por uma análise documental sobre dispositivos (BRASIL, 2019a; BRASIL, 2019b) que levaram à instituição dessas diretrizes. Concluímos que a forte atuação do mercado durante a construção dessas DCNs resultou em um currículo baseado por competências que flexibiliza a formação, tornando-a mais empreendedora e competitiva, e menos focada nos interesses sociais.
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